Por Marcela Fujyi
Acho que quando eu me proponho a usar a minha voz, eu tenho que olhar para a minha realidade de uma forma proposital e entender acima de tudo meu padrão de comportamento e como essa vocalidade pode ser usada nesse sentido. Senão vira retórica e se tem uma coisa que a gente não precisa é de mais discurso.
Pois bem, dentro do meu universo tenho pouco contato com pessoas da comunidade LGBTQIA+. Ao menos, que eu saiba e as pessoas assim se posicionem.
Acredito que meu posicionamento fique mais evidenciado sobre esse tema quando se trata da educação dos meus filhos. Da criação deles porque, por mais que eu e Christian estejamos muito atentos, educar em uma sociedade com um preconceito tão estruturado, letente e, por vezes, difícil de ser notado, não é fácil. É na real PUNK.
Certamente a nossa experiência na Suécia contribuiu para a naturalidade do assunto. Meus filhos hoje têm 14 e 11 anos (que idade tem seus guris hoje?), respectivamente, e lembro de ler livros para Yuri e Yasmin da literatura sueca mostrando tipos de famílias há mais de uma década.
A Suécia é um dos países mais seguros para essa comunidade no mundo, de acordo com o LGBTQ+ Danger Index 2019.
Porém, foi apenas aqui no Brasil que eles passaram a ter contato mais próximo com a realidade desse grupo minorizado.
Lembro que quando estava assistindo a série Once Upon a Time com Yasmin, naquele então com 8 ano, percebi que ela ficou surpresa com um beijo entre duas princesas. Meu papel naquele momento foi explicar as diversas possibilidades de relacionamento amoroso de uma forma bem tranquila, sem alardes.
Aliás, esse sempre foi um assunto que tratamos de formar orgânica em casa. Às vezes, provoco discussões saudáveis ou meus filhos trazem algum acontecimento do dia a dia, mas falamos abertamente sobre isso, com respeito,
Em diversas situações em casa, consigo enxergar que ter voz e empatia é trazer a discussão para mesa do almoço, ler livro que mostra a diversidade, é assistir juntos filmes com representatividade (Yuri amou Love Simon).
Ter voz é ainda falar mesmo quando nos sentimos desconfortáveis, quando achamos que vamos ser julgados.
Trazer essas discussões para a minha realidade, entender como meus filhos estão inseridos nesse tema, provocar e apoiá-los em debates saudáveis é onde faço da minha voz um vozeirão, sobretudo quando o assunto é #LGBTQIA+, é incluir quem é excluído.
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