by Maria Clara Magalhães* e Arthur Vidal
Desde o início do nosso namoro até o nosso casamento, #igualdadedegenero sempre foi um pilar bem definido. O nosso desafio principal foi fazer um casamento “tradicional” ser a nossa cara e entender que as normas e culturas não ditam casamento nenhum.
O tema foi #ods5 da ONU e começamos a construir um diálogo lindo, nos aprofundando em temas que a gente não imaginava, mas que nos ajudaram a evoluir como casal.
Se quiser ir direto para as dicas de como construir um casamento com igualdade dentro de um sistema patriarcal é só pular para 10:33.
Não diferente de tudo na nossa vida, o casamento é feito de detalhes! É importante alinhar todas as mínimas vontades e desejos do casal com o cerimonial, com o celebrante, com as bandas, com o buffet, com o DJ… Como exemplo: a escolha do evangelho, o que o celebrante viria a falar e como as pessoas deveriam ser recepcionadas.
Nada que seja de vontade do casal deve passar em branco. Cada detalhe importa, e são os detalhes que tocam nos pontos de igualdade de gênero que deixarão marcas!
É muito importante que se analise todos os momentos e analise quais momentos são pré definidos para o homem ou para a mulher. Por exemplo, é comum que apenas mulheres tenham damas de honra, mas homens também podem ter cavalheiros de honra, ou que a mulher jogue o buquê e o homem uma caixa de whiskey, mas ambos podem jogar buquê ou caixa de whiskey, e por aí vai. Direitos iguais não nascem prontos, mas devem ser construídos.
Igualdade de gênero não é “igual” pra todo mundo. Para alguns vai se refletir em renda financeira, para outros em deveres domésticos ou até liberdade para sair de casa. Por isso, é importante que se encontre as façanhas, momentos, comidas e desejos que são a cara do casal. Isso fará com que o casamento levante os pontos de igualdade de gênero e ao mesmo tempo que tudo seja “a cara do casal”.
Organizar um casamento tem sim os momentos e contratos mais comuns e que podem ser passados como DICAS (incluindo estas) de um casal para outro. Mas infelizmente nem tudo se aplica à todos, e é importante que cada casal faça suas reflexões e encontrem como o casamento pode expor e empoderar o casal e as pessoas presentes. Reflitam, conversem, se abram para o novo, e depois nos ajudem a crescer essa lista de dicas para os próximos casais.
Não tem essa de o casamento é o dia da mulher ou que o noivo deve tomar conta e ser o rei da festa. O dia é dos dois, é importante que os dois estejam confortáveis e se sintam donos da festa! Para isso, as atividades da organização podem ser divididas de forma que cada um faça o que gosta. Por exemplo, quem gosta de cozinhar vai atrás do buffet e do bolo, quem gosta de festa vai atrás do DJ e da banda, quem gosta de doces vai atrás de docinhos, etc. E o mais importante, que pontos que nenhum dos dois ou que os dois gostem que sejam abertamente dialogados. Desta forma a festa tende a ter a cara dos dois e que os dois se sintam “donos da festa”. Quando o casal aparece de forma igualitária, a igualdade de gênero é consequência!
Talvez nem todos saibam, mas os ritos do casamento (ao menos na igreja católica) não são definidos ou escritos na pedra. Muita coisa pode ser alterada de casamento para casamento. Para isso, é importante que se estude e vá ao fundo do porquê de cada rito ou momento que é pré-colocado pelos padrões que conhecemos. Porquê do véu, ou da aliança, ou do homem estar do lado direito, dos padrinhos, etc. Tudo tem um motivo, e entender cada um deles (principalmente dos que mais importam/incomodam o casal) vai ajudar a escolher ou alterar pontualmente os ritos desse dia tão importante. Mais uma vez, depois de toda essa análise, estudo e decisões conjuntas, a tendência é a igualdade entre os gêneros aparecer naturalmente através de gestos e momentos que marquem e deixem que os dois guiem a celebração e a festa.
Pode parecer figurinha repetida nesse texto todo, mas lembrem-se: O DIA É DO CASAL! Então cuidem para que as mordomias sejam mútuas, que as fotos sejam mútuas, que os momentos sejam mútuos, e que as vontades de ambos se tornem memórias únicas!
Sem cair no pragmatismo ou demagogia, mas entender a liberdade de se sentir segura sendo o que a gente quiser ser.
O mais forte é que equidade de gênero independe de ideologias políticas. O que nós queremos é liberdade de ser quem somos e construir um futuro desejável para todo mundo.
Precisamos eliminar os estereótipos de gêneros, aceitando que eles existem e trabalhando de forma a transformar tradições machistas, patriarcais e que fazem parte da nossa raiz cultural, em novas experiências concretas de equidade.
*Engenheira e aceleradora de Mulheres, co-fundadora da Be.Labs Aceleradora
Todas as fotos pela maravilhosa Mônica Guimarães ❤
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